Crédito alternativo para a agricultura sobe 45% no semestre .
A queda da taxa básica de juros está estimulando os sistemas alternativos de financiamento à agricultura.
Lastreadas em recebíveis de produtores rurais, as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) ganham espaço entre os investidores, que buscam aplicações mais rentáveis.
Ao final de junho, o valor dos títulos em aberto era de R$ 38,7 bilhões, 45% mais do que em dezembro de 2011.
Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando os estoques somavam R$ 17,8 bilhões, o crescimento é de 117%, segundo dados da Cetip e da BM&F Bovespa, as depositárias dos títulos.
Isentas de IR e de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), as LCAs são títulos de renda fixa emitidos pelos bancos e lastreados em empréstimos aos agricultores.
Por isso, as boas perspectivas para a agricultura, mesmo com a volatilidade dos preços, contribuem para a atratividade dos títulos.
Para o diretor de commodities da BM&FBovespa, Ivan Wedekin, os títulos do agronegócio passam por uma "fase de popularização". Com a queda dos juros, a expectativa é que mais bancos que trabalham com crédito agrícola passem também a oferecer os títulos agropecuários.
Segundo Ricardo Magalhães, gerente de desenvolvimento de produtos da Cetip, a demanda é grande e as instituições se preparam para responder à maior procura.
Como maior financiador do agronegócio, o Banco do Brasil é o mais atuante. Desde a assinatura do convênio com a BM&F Bovespa, em março de 2011, a participação da Bolsa no mercado de LCAs passou de 3% para 48%.
Fonte: Folha Online